terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um texto sobre vinhos brasileiros,mídias,botecos e copos descartáveis.



Varias pesquisas sobre estatísticas de consumo de vinho no Brasil revelam que em média o brasileiro toma 2 litros de vinho por ano O Brasil tem 190 milhões de habitantes.Isto significa que no país são consumidos 380 milhões de litros desta bebida por ano. Um outro aspecto desta pesquisa que não parece ser muito positivo é a relação entre o consumo de vinhos finos e os vinhos comuns .destes 380 milhões de litros,80% são vinhos de uvas americanas . Os pensadores afirmam que este fenômeno ocorre por que os brasileiros têm o paladar infantil e por isso gostam de bebidas docinhas ,alegam também que é um problema cultural .Porém existe um grupo de brasileiros que passou despercebido nestas estatísticas;me refiro aos cidadãos que bebem vinho seco de uvas americanas . O vinho seco de vitis labrusca é a bebida mais intragável do planeta e mesmo assim,representa 10%das vendas de vinho comum,ou seja,algo em torno de 30 milhões de litros . Estas pessoas são bebedores de cerveja durante o verão e que ,quando chega o frio do inverno,procuram uma bebida que possa ser tomada na temperatura ambiente,que não seja tão alcoólica quanto os destilados e nem tão enjoativos quanto o vinhos docinhos. Convencer estas pessoas a migrarem para o vinho fino não deve ser uma tarefa muito difícil,pois,o pior vinho fino é superior ao melhor vinho seco de uvas americanas. Antes de me tornar um enófilo,eu tomava este tipo de vinho num barzinho aqui perto de casa;as vezes,o vinho estava tão duro,que eu misturava um pouco de vinho doce para diminuir o amargor. Em certa ocasião,eu assisti a uma propaganda do vinho Marcus James no programa do Amaury Júnior na televisão.Eu me lembro como se fora hoje;"O único vinho brasileiro que consta nas cartas de vinho dos restaurantes americanos" No dia seguinte,estava eu fazendo compras no supermercado próximo á minha casa,quando percebi que entre várias garrafas de vinhos comuns,havia alguns exemplares do tal vinho.Comprei uma garrafa,comprei também uma taça de vidro bem fajuta que pesava uma tonelada e fui pra casa ansioso.Porém este vinho nunca me agradou.Eu já estava quase desistindo,quando inauguraram um novo supermercado na região com uma variedade de vinhos muito maior,então eu tive acesso a vinhos com uma vinificação superior . Hoje eu bebo Tormentas,Lídio Carraro,Vallontano,Pizzato,Boscato,com taças Spiegelau.Um bom progresso para alguem que até bem pouco tempo,ficava no botequim tomando vinho Natal em copo descartável. O que eu quero dizer com esse texto,é que existe um nicho de mercado que não está sendo explorado pelos promotores do vinho nacional.Há pessoas que não têm acesso à internet,cuja única mídia que conhecem é a televisão.Estas pessoas não sabem o que é Ibravin,Wines From Brasil,Enoblogs.

2 comentários:

  1. Caro João: não é fácil desnudar-se assim, por completo, como você teve a coragem de fazer. Mas convenhamos: quase todo mundo teve um começo como o seu... ou está mentindo (rs). A "nossa" geração - que começou exatamente assim - hoje pode "ensinar", ou "dar uns toques" nos mais "novos" (mais novos nas lides da apreciação do bom vinho), e esses mais novos é que poderão dizer que começaram da maneira "correta". Sinal claro de que nós, dessa "primeira geração" de bebedores mais sérios, começamos trilhando um caminho um tanto solitário. Mas já existem alguns seguidores à vista...
    []s, e bom ano,
    Carlos

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  2. O vinho seco de uvas americanas é uma boa opção para o brasileiro que quer beber vinho todos os dias mas não tem condições de bancar os altos preços cobrados pelos vinhos finos. Quem sabe um dia, quando o governo der mais valor ao vinho fino brasileiro, e incentivar a produção ao invés de cobrar tanto imposto, o vinho se torne mais acessível para o brasileiro tê-lo em sua mesa diariamente. Um país sério já teria feito isso a muito tempo. Mas, estamos no país do carnaval e do futebol...

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