quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Qualidade não é predita por seca ou calor


Entre fevereiro e março, na região serrana, se concentra o período de maturação das vinhas mais precoces, que existem hoje basicamente as cultivares Chardonnay e Pinot Noir com interesse comercial, além de algumas existentes em coleções da Epagri ou de algum grupo privado. Logo em março, se dá a maturação alcoólica das demais cultivares, nomeadamente nas regiões mais baixas e mais quentes cujo ciclo se encerra no início de maio, época do final da vindima em São Joaquim e região.

Atualmente, é muito claro o conceito de maturação alcoólica e maturação fenológica. A primeira ocorre quando a uva concentra a maior quantidade de açúcar na uva, que, pela fermentação se converterá em álcool. A segunda, quando as flavonas e outros fenóis responsáveis pela pigmentação, pelos taninos e pela formação dos ácidos se completam, pois, apesar de acompanharem, sua maturação não coincide com a maior concentração de açúcares.

Como se sabe, a qualidade da uva colhida é o fator mais importante para a qualidade do vinho.  Muito pouco ou quase nada se sabe sobre o comportamento fenológico das diversas cepas já implantadas na região, especialmente o tempo requerido para que se determine com alguma segurança o hiato de tempo necessário à sua completa maturação ou maturação fenológica.

É essa, a maturação que importa ao produtor de vinho. A composição química da uva e às inúmeras e complexas substâncias depende de fatores, como o clima e o micro-clima onde está o vinhedo; o tipo de solo, quanto a sua composição física e química; a idade do vinhedo; o tipo de poda; o sistema de condução empregado; a densidade de plantas no vinhedo e o manejo do dossel vegetativo. É seu conjunto que determinará a qualidade do vinho a que um produtor se dispõe a fazer.

Há anos em que se fala muito e também se escreve demais que a safra será excelente pelo fato de ocorrer um verão quente e seco.  Contudo, as maiores safras dos últimos 20 anos na Europa, certamente continuarão sendo as de 1982, 1994 e 2001, apesar de tudo o que se falou e se escreveu no verão europeu de 2003.

Verões quentes exceto para a economia em aplicação de fungicidas, e para os que distinguem os vinhos brancos dos tintos, o efeito de verões excessivamente quentes serão ou poderão ser um problema para o vinhedo e para a vindima do ano ou da vindima subseqüente.

Fonte : http://www.acavitis.com.br/site/web/site_dev.php/

Publicado por Francisco Assis de Brito 

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