quarta-feira, 25 de maio de 2011

Fragmentos de textos interessantes (1)

As diversas formas de pressões sofridas pelos pequenos produtores os induz a
praticar a colheita, ordinariamente, fora da época ideal. O risco permanente de mau tempo
durante a maturação final, leva-os a retirar a uva dos parreirais prematuramente, obtendo
com isso uma matéria-prima empobrecida em potencialidade, ou seja, alta acidez e baixos
teores de açúcar, o que redundando em vinho de baixo extrato seco e teor alcoólico muito
aquém do desejado.
Alguns dos problemas descritos podem ser reduzidos  ou até mesmo eliminados
quando a colheita e a vinificação estão encadeadas, próximas, atingindo uma produção em
escala pequena, caso dos pequenos produtores.
Na prática, estando os vinhedos muito próximos ao local de beneficiamento, o
agricultor pode acompanhar diariamente e de forma sistemática a maturação das uvas e
efetuar a colheita em várias etapas, respeitando a  não uniformidade do amadurecimento.
Para facilitar ou mesmo certificar o momento ideal para iniciar a vindima, o produtor deve,
na hora de temperatura mais amena, munido de um mostímetro e receptáculo, certificar-se
dos níveis de açúcar contidos na matéria-prima. A utilização de um refratômetro de bolso
simplifica a inspeção da uva e abrange em menor tempo um maior número de amostras,
embora possua um custo mais elevado.
Quando efetivada a colheita, preferencialmente nas  primeiras horas da manhã, as
caixas plásticas usadas - de 20 Kg – devidamente limpas, não devem ser abarrotadas com
uva para evitar-se o esmagamento indesejado do produto. Sendo curta a distância dos
parreirais até a cantina pode-se ainda resgatar o uso dos balaios para o armazenamento e
transporte. No local de desengaçamento a uva deve ser pesada – ao menos para tirar a
média do peso – para posteriormente precisar a quantidade dos demais produtos a serem
utilizados (SO2, açúcar, etc.). A soma das condições peculiares em que é feita a colheita,
transporte e descarregamento em local apropriado favorece em larga escala  a obtenção de
uvas selecionadas, sadias e no auge de suas potencialidades, muito superiores portanto, ao
complexo sistema industrial de grande monta que acolhe uma matéria-prima heterogênea,
exposta em demasia ao sol após a colheita e em fase pré-fermentativa. O pequeno produtor
pode, ainda, dar-se ao luxo, se o clima permitir, de manter a uva, ou parte dela, nos
parreirais e acompanhá-la rotineiramente até o ponto de atingir o secamento (lignificação)

Alvaro Escher

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