sexta-feira, 24 de maio de 2013

Vinhos sem SO2

Depois de décadas de uso e abuso de aditivos químicos o Mundo parece ter acordado para a realidade “natural” ou ecológica. A cada ano que passa mais pessoas se juntam à nova corrente de produtos ditos limpos ou livres (parcial ou totalmente) de aditivos que contribuam para o seu “melhoramento estético” ou conservação gustativa. 
São já muitos os produtores de vinho que nos mais variados países se recusam a adicionar SO2 aos seus vinhos. Métodos enológicos somados a uvas perfeitamente sãs e a uma manutenção constante de mostos e vinho a uma temperatura abaixo de 14ºC, permitem a produção deste tipo de vinho, frágil, pouco comerciável, mas completamente “natural”. É uma atitude radical ou mesmo fundamentalista, que tem o mérito de chamar a atenção dos produtores para o assunto, levando a que lentamente as doses totais deste produto sejam diminuídas nos vinhos em geral.
Claro que falamos de vinhos regulamentados e comercializados nas cadeias de distribuição públicas e não nos milhões de litros de vinho para consumo próprio que são feitos anualmente por lavradores por todo o lado onde crescem videiras. Muitos destes sempre foram e continuarão a ser “100% naturais”. Mas a sua qualidade e estado de saúde deixam muito a desejar.

Catio e Plínio já mencionavam o SO2 nos seus textos clássicos. Na Alemanha do século XV um decreto regulamenta a sua utilização na desinfecção de barris antes destes receberem vinho. São os Alemães que introduzem esta prática em França e que se vulgariza a partir do século XVIII. Os avanços da química iriam tornar a sua utilização cada vez mais simples e prática. Hoje o anidrido sulfuroso encontra-se disponível em Soluções Sulfurosas a 6%, soluções de Bissulfito de potássio a 15% (com odor menos sufocante que a anterior) e Metabissulfito de potássio que origina 50% do seu peso em SO2.

Por João Afonso

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