A Peverella é uma antiga variedade de vitis vinífera originária do Tirol do Sul, norte da Itália, e a primeira a ser introduzida no Rio Grande do Sul, no início do século XX, por João Dreher Filho. Sua difusão na Serra Gaúcha ocorreu a partir da década de 20. Nos anos 40, era a principal variedade vinífera branca cultivada no Estado, mantendo-se em posição de destaque nesse grupo até meados dos anos 70.
Também conhecida como Malvasia di Vicenza, a uva apresenta uma sensação tátil levemente picante, que é sentida na ponta da língua. Daí a origem do seu nome: no dialeto vêneto, pevero significa pimenta.
Algumas publicações levantam a hipótese de a Peverella ser um clone da variedade italiana Verdicchio, cuja designação é derivada de verde porque se refere ao tom amarelo esverdeado que apresenta. Antigos colonos a chamavam de moscatella em função das pintas e manchas pretas em sua casca, que eram erradamente associadas a fezes de moscas.
A Peverella origina um vinho de boa qualidade, antes bastante utilizado em cortes. A área cultivada com Peverella vem decrescendo há vários anos no Brasil por causa, principalmente, de um maior estímulo ao plantio de viníferas mais viáveis economicamente, sobretudo de castas internacionais. A variedade só não foi extinta devido à ação de uns poucos produtores que a cultivam em quantidades mínimas.
O vinho é límpido e brilhante. Apresenta coloração amarelo palha intenso chegando ao ouro, claro, com nuance esverdeada e teor alcoólico de 11,5% vol. É complexo e de ótima intensidade, sugere notas frutadas, como a pêra, a maçã, a banana, o melão e o mamão, e de especiarias, principalmente pimentas verde e branca, além de uma nota discreta de baunilha. Possui acidez elevada, bom corpo, boa persistência, e se mostra levemente picante. É um vinho leve, harmônico e gastronômico que se adapta perfeitamente à mesa à diferentes pratos, como frutos do mar, peixes, queijos leves, carnes brancas, risotos, massas e molhos brancos. Deve ser degustado entre 8 e 10ºC.
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