sábado, 3 de março de 2012

ALGUNS VITICULTORES GAÚCHOS ESTÃO ARRANCANDO AS UVAS VINÍFERAS E VOLTANDO A PLANTAR UVAS COMUNS

As grandes vinícolas da serra gaúcha estão cada vez mais exigentes com relação a qualidade das uvas que compram dos viticultores.Se olharmos a questão sob o ponto de vista dos donos de vinícola,chegamos a conclusão que eles estão certíssimos,afinal,o mercado está cada vez mais exigente.Porém,os agricultores não têm uma contrapartida que compense tanto esforço no campo.Os preços pagos  para a uva vinífera não remuneram o agricultor adequadamente e não são suficientes para justificar tanto trabalho.
Para se produzir viníferas de qualidade são necessárias varias intervenções no vinhedo que tornam o processo oneroso.O raleio dos cachos produz uvas mais doces,mais estruturadas,porém o preço não sobe de maneira proporcional as perdas de produtividade.Outro problema também é a falta de mão de obra que compromete a qualidade da uva.O manejo do dossel vegetativo é um trabalho especializado,oneroso e caro.As uvas européias são muito mais sensíveis a doenças que as uvas americanas e por isso exigem um número muito maior de aplicações de defensivos químicos.Nos anos em que há muita ocorrência de chuvas na época da colheita,as uvas não atingem a qualidade satisfatória e os preços caem ainda mais.
Por conta destas dificuldades,vários produtores de uva estão arrancando suas viníferas e plantando videiras americanas pois o nicho de mercado é muito maior.As vides americanas servem para o consumo in natura,são adequadas para a produção de suco e também são usadas para se produzir vinho comum.Os custos de produção da uva americana são muito menores e não há a necessidade reduzir tão drasticamente a quantidade de cachos por planta.

João Veloso

Um comentário:

  1. Este é mais um exemplo do tipo de subsídio que o governo brasileiro poderia proporcionar ao pequeno produtor de uvas. Os grandes produtores brasileiros de vinho querem pagar pouco para obtenção de insumos de alta qualidade, entretanto, praticam preços demasiadamente altos para o produto de consumo final.

    Sabemos que a Vitis Vinífera tem um custo de produção por hectare muito superior à espécie americana, portanto, ao invés de aumentar o imposto dos importados, por que não estabelecer um programa estatal de subsídio técnico e financeiro para o produtor final da espécie Vinífera?

    Uma eventual melhor organização dos produtores de uva também poderia melhorar a intermediação e venda do insumo para os grandes grupos. Estes, por sua vez, poderiam obter isenção de taxas do governo para apoiar/patrocinar a pesquisa e desenvolvimento dos produtores de uva.

    Creio que uma solução combinada que invista em tecnologia tem efeito de longo termo se comparado a uma "gambiarra protecionista" como a taxação de importados.

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