segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Por conta da valorização do real, vinhos brasileiros perdem espaço


Prejudicados pela valorização do real, os vinhos finos e espumantes brasileiros perderam espaço no mercado doméstico para os importados no primeiro semestre. Enquanto as vendas do vinho nacional permaneceram praticamente estáveis em relação ao mesmo período de 2010, com 8,513 milhões de litros (alta de 0,11%), os estrangeiros cresceram 2,37%, para 27,015 milhões de litros, e ampliaram a participação no setor de 75,63% para 76,04%O Ibravin informou ainda que as exportações de vinhos finos das vinícolas participantes do projeto setorial "Wines from Brazil", realizado em parceria com a Agência Brasileira de Exportações (Apex), somaram US$ 1,2 milhão no semestre, com crescimento de 40,7% sobre o mesmo intervalo de 2010. Onze vinícolas participam do projeto, que reponde por praticamente a totalidade dos embarques do setor, conforme o instituto.Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). No segmento de espumantes, o volume de importados cresceu 15,12% no semestre, para 1,499 milhão de litros, e a venda do produto nacional teve ligeira queda de 0,08%, para 3,265 milhões de litros, segundo o Ibravin. Segundo o Ibravin, as importações aceleraram em junho, pois até maio o volume de vinhos estrangeiros vendidos no mercado interno era menor do que no mesmo intervalo de 2010.Os países que registraram as maiores altas nas vendas para o Brasil foram França, Portugal e Itália, enquanto os maiores fornecedores externos do Brasil - Chile e Argentina - tiveram desempenho negativo. Nos vinhos de mesa nacionais (feitos com uvas comuns), a alta nas vendas foi de 8,5%, para 103,978 milhões de litros. Ao mesmo tempo, a comercialização de suco de uva natural pronto para consumo aumentou 33,19%, para 21,464 milhões de litros.Segundo a gerente de promoção comercial do "Wines from Brazil", Andreia Milan, a previsão para todo o ano é exportar o equivalente a US$ 4 milhões, ante US$ 2,3 milhões em 2010. Os principais destinos do produto brasileiro de janeiro a junho foram Reino Unido, Colômbia, Holanda, Estados Unidos e Alemanha. 

8 comentários:

  1. Um absurdo o governo não proteger a indústria do vinho nacional ! tantos anos para sermos produtor de qualidade ... e agora deixam entrar qq vinho aqui !

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  2. Eu concordo que a carga tributária nacional é indecente, mas há de se observar que a indústria vinícola brasileira tenta, há anos, posicionar os produtos como "premium" pelos preços e não pela qualidade. Se não mudarem o modelo econômico, quem tem 50 reais para gastar vai comprar um chileno ou argentino sem dó.

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  3. Pois é... Eu não sei se o problema é carga tributária apenas, em minha opinião o problema é um mix de tributação, qualidade e preço. O dolar baixo apenas torna o problema mais evidente.

    Vejam só,mesmo com o Dolar perto dos R$ 2,00, pelo valor de R$ 30,00 em vinho Nacional você leva um vinho superior aquele da França, Portugal, Espanha ou Itália.

    No meu site, bebideria.com.br, apresento os vinhos e suas faixas de preço, e é irritante você ver um vinho Nacional por R$ 30,00 com um sabor ruim ao mesmo preço de um Português de qualidade superior.

    No entanto, acho que os Vinhos Brancos Brasileiros se destacam, mas não os tintos, me desculpem. Pelo mesmo preço, reforçando, você degusta vinhos tintos muito superiores.

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  4. O problema é que o Real está forte para lá da realidade. Não faz muito tempo o USD 1 = R$3,20. Na mesmo época o Peso Argentino tinha cotação parecida. Ao longo do tempo ficamos com USD 1 = R$1,60 enquanto o Peso Argentino está USD 1 = P$ 4,179 !!!! Bom, e isso nao difere muito para a relação com o Euro! Ou seja, nao é só o vinho que sofre mas todos os produtos brasileiros que nao sejam simplesmente extraídos do solo, por mineração ou cultivo. Sugiro fazer as equivalências de preços nas moedas e verás que não há melhoria em processos que cubra tamanha valorização de nossa moeda.

    Mas o cambio não é o único problema. Como comparar custos de uma indústria inteira de vinhos finos BRasileira que, somada, é menor que uma vinícola média Chilena? Impossível, nao? Bom, isto é insuperável.

    Sobre os vinhos e a qualidade: sugestão é sempre provar às cegas e nao confundir estilos com qualidade.

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  5. Sobre os tipos de vinhos: os vinhos tintos sempre foram os nossos melhores produtos. É só olhar historicamente as pontuações em quaisquer tipo de concursos, inclusive em análises de críticos, brasileiros e internacionais.

    Recentemente, por miopia, estamos acreditando que os espumantes vao salvar a pátria. Mas, como salvar a pátria com uma fatia de mercado que é, no máximo, de 5-10% em qualquer lugar do mundo ? Ou seja, somos donos de um mercado que é muito pequeno!!!!! Assim, com essa escolha de avestruz, todas as fichas nos espumantes..... Para alegria de Chile e Argentina!

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    1. Como nossos vinhos tintos são bons? Basta ver qualquer carta internacional de restaurantes respeitados e não estamos lá. O branco até que vai... Espumante, até que vai... Mas tinto nunca com um valo x benefício interessante. Qualquer garrafa Chilena de R$ 35,00 é comparável com vinhos Brasileiros de R$ 80,00. Ou estou falando mentira?

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  6. Existe uma série de variáveis negativas que formam a grande Pedra de Sísifo da vitinicultura brasileira:clima,moeda,impostos.Quanto ao Chile e Argentina,é difícil concorrer com países onde todas as safras são perfeitas.

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    1. Exatamente João, falou tudo. Nossa região de maior plantio, o RS tem um clima péssimo para o vinho tinto. O branco de vez em quando sai bom, mas não é como nossos vizinhos... Na Bebideria.com.br sempre ressalto esta questão de região e preço final do vinho nacional.. Mas bem, saúde, que hoje é sexta-feira.

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