A elaboração de vinhos não deve ser vista e entendida exatamente igual à linha de certos artigos modernos fabricados em série como os automóveis e os refrigerantes.
Há varias formas de se elaborar vinho a partir de técnicas distintas,ou decisões diferenciadas,para um mesmo estágio de produção.Como exemplo,pode se reportar a fermentação.Essa pode ser feita em tanques abertos ou fechados,com ou sem adição de conservantes (SO2-dióxido de enxofre) , com ou sem o uso de leveduras selecionadas , com ou sem adição de nutrientes para leveduras , etc.Enfim são diversas as formas de se conduzir etapas iguais no transcurso da produção de vinhos .Mas , por fatores dentre os quais pode-se perfeitamente destacar o monopólio econômico , a união e controle dos grandes grupos que melhor diluem custos e investimentos em propaganda , o rompimento de tradições culturais passadas de geração para geração e a difusão mundial de técnicas e tecnologias,tem se padronizado a produção em todo o planeta .
É justamente pela confusão e desentendimento do sentido das palavras técnica e tecnologia que a moderna vitivinicultura tem sido direcionada , quase que exclusivamente , para um mesmo caminho : o da produção em massa . Substituir tecnicas tradicionais e confiáveis por técnicas modernas incertas ou por equipamentos tecnológicos de última geração pode ser trocar o certo pelo duvidoso .
As técnicas de modernização da vitivinicultura não fizeram outra coisa além de padronizar o vinho e soterrar a diferenciação . Pode-se , perfeitamente aderir a uma nova enchedora ou arrolhadeira moderna que facilita e qualifica os serviços pesados e distantes da produção em si , mas , o uso de concentradora de mostos ou de tanques herméticos para maceração e fermentação , sem falar de "produtos enológicos" como a glicerina , por exemplo , usados em abundância para corrigir e camuflar vinhos e , acima de tudo taxá-los como indispensáveis , pode ser um equívoco irreparável . Muitos dos vinhos atuais só não fazem outra coisa além de dar saudades dos artesanais produtos peculiares do passado .
Texto de Álvaro Escher
Que maravilha ler isso!
ResponderExcluirDurante toda a leitura do texto, me identifiquei
barbaramente com o que elas diziam.
Não era à toa, texto do meu admirável amigo Álvaro!
Muita saudade dele!!!
Lizete.
ExcluirEu não conheço ele pessoalmente ,mas sou admirador do trabalho dele,assim como admiro você,o Luis Zanini,Vilmar Bettú,Marco Danielle,Eduardo Zenker,Werner Shumacher,
Um abraço!