Em dez anos, a produção da bebida cresceu mais de 300% no país. Vinícolas apostam em tecnologia para abastecer um mercado de consumidores sedentos pela fermentação nacional.
A primeira surpresa quando se toma um espumante produzido no Brasil vem do paladar. O sabor, normalmente leve e fresco, cumpre bem o papel de um vinho dessa categoria. A segunda, possivelmente, será seu cérebro confuso - ainda na primeira taça - não lá pelo final da garrafa, quando qualquer confusão já é de se esperar. O levantar de sobrancelhas é fatalmente precedido pela pergunta: Mas é brasileiro?
Sim. O país da cachaça anda desbravando outros mercados etílicos e não é de hoje. Há algumas décadas descobriu-se que a região sul do Brasil tem solo e clima propícios para a produção de espumante. Calor na medida, chuva abundante e relevo irregular tornam algumas cidades do Rio Grande do Sul, estado que faz fronteira com a Argentina, grandes produtoras dessa festejada bebida. “Na década de 1970, com a chegada de empresas como a Chandon no Brasil, descobriram que o terroir brasileiro era bom para a produção de espumante”, explica o diretor-superintendente da Miolo, Adriano Miolo. “Hoje, trabalhamos para que todos os bares e restaurantes comercializem a bebida, para que beber espumante faça parte do dia a dia e não apenas de comemorações especiais”, diz.
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